Wednesday, December 12, 2007

Violão Tenor

Esta brincadeira poética foi feita em cima de títulos de composições de Pedro Amorim, no cd VIOLÂO TENOR lançado pela Gravadora Acari. As músicas são lindas e magistralmente interpretadas pelo autor. É minha homenagem de gratidão ao compositor e intérprete.



Violão tenor é pinho de grande valor!
De seu bojo, mais que poucas e boas notas,
Soa, em harmônicas e bem tecidas rotas,
Com tom sentimental, vaga valsa de fino sabor.
No compasso bem bolado, o espiralado choro,
Caminha por onde já nem me lembro mais
Por tempos idos de um lindo dia
Que passou lotado de saudade,
Deixando-me apenas o sol do seu olhar
E a lembrança do seu rosto a me fitar,
Que ligeiro voou como a pomba rolaux em Paris.
Somente a saudade sombria, por maldade,
Persiste em mostrar-me, com delírios febris,
Seu amado vulto até no jabá com jerimum.
Mas foi melhor assim, pois, já sei,
Tem gente em casa que não me vê rei
E não me gosta de jeito algum

Tempo e momento

Cada um tem seu tempo cada qual um só momento.
E meu tempo se confunde com a vontade de você.
Ser só seu é pensamento que me leva até você
Perdoa minha ausência que nos fez entardecer,
É muita a saudade que eu sinto de nós dois
Mas a vida é agora, deixemos nada pra depois.
É chegado o tempo enfim, do nosso amor florescer.
Você é meu bem querer, meu doce amanhecer.
Vem amada vem depressa em meus braços se abrigar
Das agruras da saudade que o amor nos quer tirar.
O destino é nosso guia e nosso aliado também
Fez a cama bem macia pra nós dois e mais ninguém.
Tanta coisa construída é crime desperdiçar,
Tanta vida pela frente é melhor aproveitar.

Solidão

No peito não cabe tanta solidão
Minha casa é a imensidão
De vazios espaços, nus de vida ou cor.
Sua ausência faz-se presente na dor.
Resta-me a freqüência da saudade
Que insiste, por maldade,
Lembrar-me seu rosto
O calor de seu corpo
E do beijo distante, o gosto.
Vejo seu vulto, tento abraçá-lo
Mas você não esta mais aqui
O jeito é comer caqui ou andar de esqui.
Agora falando sério, saudade filha da puta
Deixa-me em paz que vou à luta!
Pra esquecer quem me deixou
Arranjarei outro amor em Ipanema,
Talvez na porta do mesmo cinema
Que a gente acabou.

Saideira

È tarde, o garção limpa a mesa
Bebo a última cerveja,
Afogo a tristeza
Da saudade de Tereza
Que habita o coração.
Adeus nostalgia,
Bom dia alegria!
Me leva pra casa
Me aconchega no abraço
Aperta em mim teu laço!
Mostra a felicidade
Esconde a saudade
Do amor perdido!
Traz a paz de Helena,
O sol de Ipanema
Da Rosa o perfume,
Da chuva o frescor,
De Iracema o amor
Vai tristeza, vem alegria
Traz o sorriso de Maria

Carina

Para minha querida Carina, com muito amor.


Carina

Rostinho redondo e moreno
Tinha olhos de china
Querida filha Carina.
Agora crescida
Virou mulher a menina.
Ficou cheia de graça.
Como o tempo passa!
Cuida da beleza é esteta,
Formou-se arquiteta.
Pai orgulhoso oro por ela.
Que Deus em sua bondade
Lhe dê paz e felicidade