Monday, January 11, 2010

Minha homenagem ao Zeca da Cuica















Um Senhor Zeca


Hoje ouvi o Zeca. Não um Zeca qualquer, mas o Senhor Zeca.
Zeca que extrai do instrumento simples a beleza mais pura de um choro sentido, doido, uma lágrima sonora. Zeca que acompanhando um chorinho de Pixinguinha consegue transcender a sonoridade esperada da cuíca em suspiros harmônicos a um só tempo suaves e firmes.
Ouvi o Zeca, a cuíca do Zeca, o Zeca da cuíca. A integração homem-instrumento é perfeita. Zeca e cuíca vibram na mesma intensidade, com a mesma freqüência que nos é impossível distinguir onde está o Zeca, onde fica a cuíca. Ambos, Zeca e cuíca, se fundem num ser vivo, dotado de extrema sensibilidade, harmonia, ritmo, pura sonoridade.
Sua figura negra, esguia e seu sorriso lembram-me a nobreza em toda a extensão da simplicidade que apenas os mais nobres possuem.
É uma bela imagem negra de chapéu preto, conjunto jeans, tamancos pretos e a divina cuíca a tiracolo. Zeca é música, ritmo que paira e nos envolve com beleza, paz, ternura. Zeca da cuíca ou a cuíca do Zeca toca-nos o fundo da alma e transporta-nos ao espaço além da dimensão cotidiana. Leva-nos ao infinito. Transporta-nos aos mais belos recantos do não sei onde da imaginação.
Viva Zeca, o da cuíca, deus negro da música, do ritmo, da harmonia.
Saúdo-te e me rendo à tua arte, bom Zeca da cuíca.


Carlos Alberto
Rio, 14/06/80

Monday, January 04, 2010

desenho de jóias