Tuesday, June 19, 2007

Pedro

Pedro querido, está é pra você.
Beijo grande.

Ainda guardo na lembrança seu sorriso maroto, meio tímido qual um pequeno panda prestes a nos envolver num grande abraço, tão carinhoso quanto meio sem jeito. Guardo também seu rostinho redondo e iluminado por um sorriso sem fim.
Hoje, já crescido, charmosa barba por fazer é um rapaz recém saído da adolescência e o pé na faculdade carregando no espírito a bondade da justiça, o sorriso franco e um enorme coração amoroso.
Você, orgulho meu, é filho muito amado de nome Pedro, justo, firme e confiável como a pedra que lhe originou o nome.
Peço a Deus que lhe abra os caminhos pela vida.
Agradeço a Ele por sua existência.
Um beijão,
Pai
18/02/2003

Feitinha pra mim

Canta Viola conta pra mim
Porque a saudade dói tanto assim
Canta bem alto, canta sorrindo
Que nosso amor não terá fim.
Ela se foi, mas já volta correndo
De amor me querendo
Se dando pra mim,
Com amor verdadeiro, sorriso brejeiro,
Andar mais faceiro, cheirando a jasmim.
É mulher menina é menina mulher
Não é pra quem quer
É feitinha pra mim.
É flor de desejo que quando me beija
Ardo de amores, meu peito flameja!
Depois do amor, no lençol enrolada,
Deita suave a mulher amada
A meu lado adormece deitada
E juntos anoitecemos de amor.


Beto
08/02/2007

Encontro

Foi numa tarde qualquer, de um dia qualquer, em algum mês do ano de 1980 que saímos para almoçar. Sentamo-nos à mesa de um botequim, desses que fazem comidinhas à caseira, e pedimos cerveja. Entre um copo e outro, ou no meio de algum, nos encontramos. Não precisei falar e reconhecestes em mim teu irmão. A emoção do encontro marejou-nos os olhos, sufocou nossas falas. Vistes em mim, amigo-irmão, teu semelhante em querer, amores e sentimentos à semelhança dos teus. Vistes em mim o homem a quem, como tu, é dado sentir com intensidade vivida.
Vi em ti mais que um amigo, um irmão daqueles que se colhe dentre muitos, pois é raro.
Soubestes ouvir-me e respeitar-me as emoções quase não ditas, mas transpiradas. Soubestes falar sem interferir em meu pensar e sentir.
Sinto em ti a força na fraqueza e a fraqueza na força, próprio dos homens – gente.
Tens, amigo, a sensibilidade que me toca e comove. Tens o dom da palavra vivida. És capaz de dizer o que sentes e sentir o que dizes. És capaz de parar e perceber o por do sol, a beleza da flor, o sorriso da criança, a música do mar que desliza.
É por que sentes, por que falas, por que ouves, que sou teu amigo, aquele pra toda hora.


Betofreire
14/06/1980