Eufrásia e Demonildes
Eufrásia e Demonildes esperavam a abertura do sinal enquanto conversavam animadamente.
_ Eufrásia, não queira saber como estou ansiosa por conhecer o Bonifrates noivo da Dazinha. Dizem que é um gato e que a coitada só conseguiu fisgá-lo por causa da herança daquele seu tio de Portugal. Pelo visto a festa vai ser supimpa, regada a chopp, groselha e vão rolar muitos croquetes, barquetes, coxinhas de galinha e empadinhas de queijo. Também, tem que compensar a do batizado da Dodô que tenha dó, nem água teve, que horror!
_ Demonildes, cê me conhece bem e sabe que minha boca é um túmulo, mas, dizem que Dazinha já deu e que já está de três meses. O coitado está enrascado de vez. O Severino, pai dela, disse que o casório sai de qualquer modo, nem que seja na ponta da peixeira!
_ É isto aí, esse é dos meus, cabra macho, sô! Vociferou um homem grandalhão que estava ao lado de Eufrásia, aguardando a abertura do sinal.
Alto lá ô cara! Com que direito invade a nossa conversa privada? Exclamou Demonildes indignada com a intromissão do homem.
_ Peraí ô dona! Aqui não é privada, estamos na rua e as donas aí tão falando alto pra todo mundo ouvir! Também tenho o direito de palpitar, pô!
_Palpitar porra nenhuma! O distinto não tem o direito de falar mal de meus amigos!
Vamos embora Eufrásia antes que acerte a cabeça deste sujeito com meu guarda chuva.
As duas atravessam a rua e, ao chegarem do outro lado, pasmem, quase esbarram em Dazinha e sua mãe que saíam do shopping.
_Dazinha querida, eu e Demonildes estávamos falando de você. Da sua beleza, da sua graça e da sorte do seu noivo por encontrar jóia tão preciosa!
Betofreire
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